"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Um tipo antigo de magia.




"As Mo had said, writing stories is a kind of magic, too."
(Inkheart, Cornelia Funke)

Eu gosto de vozes. Estejam elas cantando, falando, contando ou lendo. Gosto de ouvir histórias em voz alta, e gosto de ler em voz alta. Nunca considero que terminei um texto, uma carta ou uma peça sem antes ler em voz alta para mim mesma. Muitas vezes eu mudo as palavras escritas por não gostar do seu som quando falo. Então essa sou eu quando encontrei com Cornelia Funke pela primeira vez. Quando vi o livro eu adorei a capa e as epígrafes. Mesmo assim, comecei a ler esperando muito pouco do livro. Gosto de literatura infanto-juvenil, mas tenho visto muito lixo. No entanto, Cornelia Funke e seu livro me surpreenderam de tal forma que mal consigo descrever. O livro é de tirar o fôlego. Além de ser maravilhosamente escrito, a história é fantástica. Cornelia foi inteligente o bastante para não tentar apagar ou sufocar gênios da literatura infanto-juvenil como T.H. White, C.S. Lewis ou o legendário J.R.R. Tolkien. Ao contrário, ela os convida para fazer parte de sua história e nos leva em um mundo de imaginação e encantamento que vai além do que nossos olhos podem alcançar , afinal, ela usa em seu livro muita magia de outras belas histórias e ainda uma enorme dose de encantamento original. Seu argumento é único e seus personagens profundamente cativantes. Amei Meggie, e sua coragem muitas vezes me fez sorrir ao ler o livro. Além disso, acho que Cornelia Funke pegou minha compulsão por livros, multiplicou por 20 e criou a personagem de Elinor, mais risadas então, espero nunca ficar tão neurótica. Gosto de histórias que falem de amor por livros, também por isso eu amei Coração de Tinta. Espero um dia ler tão bem quanto Mo. Definitivamente não gostaria de encontrar a Cuca em minha porta, ou Julian Carax em meu quarto. No entanto, gostaria de dar vida às histórias com minhas palavras. Essa é por fim a metáfora mais importante do livro, a palavra escrita contém vida em si.

Fechei o livro por fim com um sorriso nos lábios e agora espero ansiosa pelo restante da trilogia, não porque o livro tenha terminado com grandes lacunas, mas porque Cornelia Funke escreve maravilhosamente bem e eu quero voltar a encontrá-la ainda muitas vezes, pois ela nunca ignora a vida que suas palavras escritas podem conter. E como disse Mo, a palavra escrita é algo poderoso, talvez como um tipo antigo de magia.



PS. Não falei do filme porque deixaria o post enorme. Apenas um conselho, leia o livro. Brendan Fraser é fofo e a voz dele é linda lendo aquelas histórias, mas nada posso comparar com a vida e a magia das palavras escritas.




2 comentários:

  1. Bem... eu só vi o filme... mas me parece um livro muito interessante. Sinceramente o filme me desestimulou um pouco, mas pelos seus elogios e por tudo mais que falou do livro, devo reconsiderar. Mais um para a lista!

    PS: Sabia que conhecia o ator que faz o Capricornio de algum lugar! É o mesmo cara que faz o Sméagol!!! hahahaha...

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  2. O livro é muito melhor que o filme, mesmo que o filme seja um bom filme. Separadamente.

    =D

    Ps. meu exemplar estar a sua disposição. =D
    Eu até leria em voz alta para você se nossos horários permitissem, hahahahahahaha

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