"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Persépolis

Neste mundo de HQs existem outros títulos de que gosto especialmente além de MAUS, do qual falei no último post. Marjane Satrapi é uma iraniana que fez sua autobiografia em formato de HQs. O livro que foi divido em quatro volumes e depois transformado em um só, fala desde sua infância e adolescência até sua vida adulta. Através de sua biografia, Satrapi aborda a história do Irã e mostra como foi fortemente influenciada pelo contexto político que viveu em seu país. Durante sua estadia na europa a questão das identidades se tornam um tema recorrente, como se identificar, se os iranianos são acusados constantemente de serem terroristas?
O tema da mulher entra em cena conforme a personagem, a própria autora, cresce. Que tipo de mulher ser, a iraniana ou a européia? Cabe a ela esta escolha?
Existem os preconceitos diversos que ela acaba sofrendo e que ela também demonstra em outros momentos. O choque entre sua cultura e a cultura européia.
O livro é complexo, afinal a vida está imersa em complexidades e complicações. As relações familiares estão cheias de tensão, o amor é um espaço de muitos conflitos. A avó que é uma mulher especialmente forte - de quem Marjane gosta especialmente e por quem nutre enorme admiração, os pais que são incrivelmente amorosos -inclusive a autora faz uma nota especial agradecendo a compreensão e o amor dos pais, e existe esse outro personagem, um governo que tantas vezes seca os amores ou pelo menos dificulta-os. Além disso, existe a inevitável e bem-vinda mudança, que ora nos aproxima, ora nos afasta daqueles que tanto amamos e que também  nos amam.

No meio disso tudo estoura uma guerra, alguns amigos se perdem, outros saem do conflito com sequelas permanentes e como a própria autora escreve, o tempo se encarrega de aproximá-la de seus antigos amigos e depois de separá-la. Todos esses temas acabam sendo abarcados pela biografia desenhada de Marjane Satrapi. O tom do livro ainda que por vezes seja dramático e duro, não desperdiça os momentos de bom humor e alegria, nem perde as oportunidades que lhe são concedidas para o riso, acredito que em alguns momento a vida funciona da mesma forma.

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