"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Infância, chás e um presente de amiga


"Comece pelo começo, siga até chegar ao fim e então, pare". Foi essa a instrução que o Coelho Branco recebeu do Rei em pleno julgamento do valete de copas, acusado de roubar as tortas da rainha. “Cortem a cabeça!”, era sempre isso que a rainha repetia, enlouquecendo por completo os convidados, os jogadores, as lebres e os chapeleiros.
Para sobreviver neste mundo é preciso mesmo ser louco como um chapeleiro, risonho como o gato inglês e talvez inocente como uma criança.
Eu vi o filme ainda criança e me deliciava em tentar falar o nome em inglês “Alice in Wonderland”. Então, no natal deste ano eu ganhei de presente uma nova versão do imortal clássico. A amiga leitora me disse: “Uma historiadora vai saber apreciar como poucos o presente”. Então eu sorri, ela fazia menção ao tradutor, Nicolau Sevecenko, um historiador que caminhou conosco através de seus textos durante as aulas de Brasil III e VII. A versão do livro clássico conta ainda com lindas ilustrações assinadas por Luiz Zerbini.
Eu gargalhei lendo o livro. Acabo de terminar a leitura a agendei para hoje a noite sessão pipoca com a irmã para assistirmos juntas o filme da Disney, que por sinal, é maravilhoso.

A versão cinematográfica de Tim Burton chega aos cinemas em Abril de 2010, com um gato ainda mais risonho e assustador, um fantástico elenco e uma nova leitura do clássico imortal. A ansiedade para ver o filme aumentou quando terminei de ler o livro de Lewis Carroll, mesmo assim, espero antes do filme ter consigo ler o outro livro com as aventuras de Alice.
Existem algumas coisas das quais eu tenho um pouco de receio, esse gato sorridente é uma delas. Apesar de ele ser muito mais simpático no livro. Quando eu era criança nunca consegui compreender se ele era um vilão ou um bom gato. Meu pai dizia, “relaxe, ele é apenas travesso”. Mesmo assim, eu tinha medo dele. Então, conversando com Roberta e Eunícia, percebi que de fato, ele é apenas um gato risonho. Pode ser bom ou mal dependendo da situação e se assemelha muito com tudo que vivemos, pois no final das contas Eunícia está certa, é esse tipo de ambigüidade que encontramos no mundo e dentro de nós mesmos.
Comecei pelo início e cheguei ao final, mas desobedecendo a ordem do rei, não paro.

Como Alice, prossigo com as lembranças do país maravilhoso que visitamos e espero que como ela, eu mantenha acesa em mim a chama de uma infância eterna. Agora corro pois é hora do chá, e já ouço o coelho gritar “Ai é tarde! Pelos meus bigodes, como é tarde”

2 comentários:

  1. Nunca fui muito fã de Alice... me lembro de pouquíssima coisa do filme, porque não me interessava muito. O livro eu não li. Mas você tem um talento especial de fazer com que as pessoas (pelo menos eu) tenham vontade de ler os livros após lerem seus comentários!

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  2. Eu não vi o filme... Aguardo o de 2010... mas quero mesmo é ler pra Manuela o livro lindo que ganhei quando criança: formato grande, capa dura e presente de tio querido!

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