"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bibliotecas

Montei um top 10 motivos pelos quais eu amo a biblioteca da Puc e um texto sobre meu amor pelas bibliotecas. O texto foi escrito há algumas semanas e agora consegui pausar aqui e postar. Lamento minha ausência de quase 10 dias. Esperem uma ausência maior até o fim do período.

TOP 10.

10 - O silêncio ensurdecedor da Biblioteca permitindo que você se concentre (ou durma profundamente)
09 - A enorme quantidade de livros disponíveis
08 - O cheiro maravilhoso que só a biblioteca PUC tem
07 - A possibilidade de sentar no chão do segundo andar e sentir-me imersa naquele mundo de letras
06 - a possibilidade de subir dois lances de escada e fazer minha pausa para lanche no Departamento mais aconchegante da universidade, o de História.
05 - Os constantes encontros com meus colegas graduandos (três vivas para Clarissa, companheira de biblioteca)
04 - poder andar descalça pela biblioteca
03 - mesas grandes que permitem que eu me espalhe nelas
02 - Encontrar com minha prima do lado de fora da sala de estudo individual
01 - O sorriso dos funcionários da biblioteca que sempre me recebem tão bem, cujos nomes eu já conheço todos

Bibliotecas...

Algumas pessoas, para não dizer muitas, acham que eu deveria passar menos tempo na biblioteca. Bem, bibliotecas é um amor antigo.


Passei a freqüentar bibliotecas a partir da primeira série. Amava estar nelas, até porque, na minha escola, eu tinha acesso a coleção completa de Monteiro Lobato, sonho de consumo que dura até hoje. Além disso, tinha revistinhas da turma da Monica para quando eu queria algo mais leve. Quando passei a estudar no Colégio Pedro II eu devo dizer que passei os dois primeiros anos morando na biblioteca. Como eu não tinha amigos – e isso não é algo bom ou alegre – eu passava todos os meus tempos livres na biblioteca e para não passar o dia sem abrir a boca, conversava com a bibliotecária. Na biblioteca do CP2 silêncio não era algo levado muito a sério. Tinham mesas de leitura individual que ficavam no fundo, mas, as mesas de leitura em grupo eram uma 'festa literária' constante. Na biblioteca do cp2 eu descobri Pedro Bandeira, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Gaston Leroux, Camões e tantos outros. Eu era uma das únicas que precisavam de mais de uma carteirinha da biblioteca antes do final do ano. Mesmo quando comecei a ter muitos amigos e me tornei “pop” – devo dizer isso com risadas, mas é verdade – eu ainda me refugiava no quase silêncio da biblioteca quando o mundo começava a me sufocar ou a me enlouquecer. (especialmente depois das MALDITAS provas de matemática, química ou física) Foi nessa biblioteca que eu me apaixonei pela língua portuguesa.

Quando cheguei à PUC lembro que demorei a conseguir visitar pela primeira vez a Biblioteca. Estava trabalhando e não tinha tempo antes ou depois das aulas. Quando digo que demorei significa que esperei mais de um ou dois dias. Meu primeiro tempo livre foi gasto no conhecimento do lugar fantástico que a biblioteca se mostrou ser. Além de ser imensa para meus padrões até aquele momento, tinha um silêncio absoluto e um cheiro maravilhoso. Demorei a me familiarizar com o lugar. Hoje, além de conhecer todos os funcionários da Biblioteca pelo nome, tiro os sapatos quando consigo um lugar e sento no chão quando a cadeira me cansa. Às vezes quando começo a ficar tonta de tanto ler, subo para o segundo andar da biblioteca, olho os livros e suas lombadas, sento no chão e fico em silêncio, sabendo que tudo que li em breve começará a conversar comigo. Amo a Biblioteca da PUC. Fico até tarde estudando com prazer e com a certeza de que basta subir dois lances de escada para encontrar no departamento o refresco que eu preciso para descer e retomar os estudos.

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