"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

domingo, 17 de maio de 2009

Sombras e jogos, ventos e anjos: Lendo C.R. Záfon...


“Cada livro, cada tomo que está vendo aqui, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma daqueles que o leram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém desliza os olhos por suas páginas, seu espírito cresce e se fortalece.”
(Carlos Ruiz Zafón, O Jogo do Anjo)

Leitura é um encontro de almas. Carlos Ruiz Zafón deu a seus personagens um amor imensurável por livros em geral ou por um em especial. Porém, esse amor não é um amor sem explicação. Cada livro tem uma alma, ele é parte de seu autor e de seus leitores. Ao ler um livro você se torna parte dele e ele de você. Salvando-o do esquecimento ou da destruição, você salva a si mesmo, ao seu autor e a tantos outros rostos sem nome.
Quando um anjo o visita ou o diabo, tenha ele Corelli como seu sobrenome ou Carax, ele não visita apenas um homem ou um menino, mas alguém cuja alma vale o suficiente para ser partilhada ou destruída; alguém que tenha como melhor amigo um livro.
Zafón vai além. O entrecruzamento de histórias que existe em seus livros nos mostra uma verdade ainda ignorada: partilhar as lembranças de alguém é mais profundo do que conhecer seu corpo, seus sonhos ou seus ‘segredos’. São as lembranças que trazem ao mesmo tempo libertação e vida, ou desespero e morte. Nada é mais sombrio do que o passado; o próprio ou o alheio. Visitar um livro é conhecer almas, a de seu autor e a sua própria. É trilhar um caminho onde o tempo deixa de ser linear. Ora vemos o presente. Em outro momento, tudo é sonho de futuro e, em outros tantos instantes, é quando encontramos as sombras do passado. Dois anos e meio atrás eu fui apresentada a uma parte da alma de Carlos Ruiz Zafón. Li seu romance A Sombra do Vento em menos de um dia. Lembro-me bem daquele momento e daquela história, porque foi quando se concretizou em meu coração o gosto pelos livros. Sempre gostei de ler, desde bem menina eu leio, é de família. Porém, o encontro com o livro de Zafón marca o meu momento de amadurecimento. Acho que amadureci junto com Daniel Sempere enquanto lia sua história. Eu comecei lendo o livro ainda com meus olhos de menina e, quando terminei, era outra, não mais uma simples criança. Via a vida com outros olhos.
Ontem à noite, visitei novamente a alma de Zafón. Foi quando terminei de ler seu novo romance que, como eu, está mais maduro. Por fim, em minha alma agora levo ambas as histórias, são parte de mim e eu delas. Uma plausível explicação foi dada por Julian Caráx: "os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro”. Eu tenho outras, mas por hora, guardo-as para mim.

Ps. Leitores amigos, que vontade de conhecer Barcelona.

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