"Cada libro, cada tomo que ves tiene alma. El alma de quien lo escribió y el alma de quienes lo leyeron y vivieron y soñaron con el (...) Los libros son espejos: sólo se ven en ellos lo que uno ya lleva dentro"

(Carlos Ruiz Zafón, La sombra del viento)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Portugal, Miguel Torga


“Hoje
Sei apenas gostar
Duma nesga de terra
Debruada de mar”
(Pátria – Miguel Torga)

Eu às vezes escolho livros pelo título. Não os descrimino por isso, mas um título interessante muitas vezes me compra, e eu a ele. Da última vez que entrei na travessa deparei-me com um novo título e instantaneamente vi a mim mesma. Vi meu rosto e uma história que é minha e que eu tento, tantas vezes, esquecer. Mas, “se recordar é viver, esquecer é morrer um pouco.”
Comprei o livro e a leitura acabou me afetando mais do que eu imaginava. Vi meu avô naquelas páginas e deixei cair uma ou duas lágrimas de saudade. Queria que ele me visse estudar essa terra e essa gente que ele tanto amou. Queria ter podido conversar com ele hoje sobre como essa história dele acabou me influenciando mais do que eu imaginava. Foi quando descobri que até mesmo a origem da minha paixão por história é mais antiga do que minha quarta série. Antes de descobrir o Brasil em sala, eu descobri Portugal nos olhos e na vida do meu avô. Queria ter conversado com ele sobre esse livro. Talvez ele tivesse outras histórias ainda mais belas que as de Miguel. Então deixei cair mais lágrimas e não tive pudor dessa vez, permiti que elas caissem sem medo. Fazia muito tempo que não chorava de saudade, algumas lágrimas escorreram pela face, outras caíram para dentro. Foi bom visitar a terra dele mesmo que através de um livro. Reencontrei um amor que eu tinha escolhido deixar para trás.
Prometi então duas coisas: Vou comprar outro livro de Miguel Torga para ler assim que terminar o próximo da minha lista. Vou deixar-me descobrir e amar essa terra que meu avô amou e vou conhecer pessoalmente esse lugar que de certa forma também me gerou.

6 comentários:

  1. Choro. Hoje não com lágrimas, mas o mesmo choro. Um dia conversaremos sobre isso. Não sei se observou, mas o blog da minha família é MALTA e é Barcelos Fernandes...

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  2. Sobre a Imagem: Foto Paulo DAuria - Azulejo português representando o Cruzeiro do Sul retirada do Uol blog do Paulo DAuria arquivo 10.01 de 2007.

    Seu nome eu já tinha notado, mas o título do blog da sua família não. acho que chega um momento em que o choro se desconecta das lágrimas. Ainda não cheguei lá...

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  3. Que lindo Agnes!
    Fiquei profundamente emocionada.
    Eu acabei me lembrando das conversas que tenho com o meu avô, quando ele fala da Alemanha, e da nossa origem agrária...
    Engracado, as vezes acho que o meu amor por história vem um pouco dele...

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  4. Eunícia,

    Bancando a ciumenta mesmo ( =P) adoraria ouvir essa história também!

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  5. É querida...depois desse livro comecei a pensar que meu amor de História também vem do meu avô, mesmo que agora ele não esteja mais aqui para saber disso.

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